*Imagem: Alan Rodrigo e sua obra, na 14ª Bienal Naïfs do Brasil | Foto: Danny Abensur
Em meio a dezenas de pinturas, esculturas, xilogravuras, bordados e outros formatos de obras de arte, nesta edição da Bienal Naïfs do Brasil, o Besouro de Alan Rodrigo pode até passar despercebido pelos menos atentos, por quem não costuma olhar muito para baixo. Uma vez identificada, no entanto, a figura cambiante do besouro projetada sobre chão, sem barreiras, sem isolamento físico, hipnotiza e faz pensar.
A arte digital não existe como materialidade, concede Alan, mas o que poderia parecer um dilema à primeira vista, aponta, na verdade, para noções muito mais essenciais ao fazer artístico: a ação humana, a ideia. "Eu acho que a arte, ela sempre existe dentro da gente e não na matéria", defende.
O uso da ilustração vetorizada foi a opção escolhida para lidar com as múltiplas cores e padrões que o artista multimídia e designer gráfico encontrou na natureza observando besouros. "Eu não podia fazer uma obra que fosse uma só, eu precisava fazer uma obra que fosse muitas obras dentro [dela], pra poder trazer todas as cores dentro do besouro. Então, por isso que a cada frame, ele muda de desenho e nenhum frame é igual ao outro".
Alan Rodrigo nasceu em Natal (RN), em 1993. Hoje reside na capital do estado de São Paulo. Para ele, a argila, a tela, a substância de uma escultura são, assim como o design, simplesmente meios para a expressão artística. Sua obra "Besouro independente – Série" (2015-2018) recebeu Menção Especial na 14ª Bienal Naïfs do Brasil e pode ser vista até 25 de novembro, no Sesc Piracicaba.