“Ele ficou em Jaboticabal”, disse Marcão, amigo de 20 anos e grande incentivador do artista que trouxe suas obras e ferramentas lá de Jaboticabal para o Sesc Piracicaba para uma tarde de vivência com o público.
Seu João, como carinhosamente é chamado, mora em um lar de idosos e precisa de uma atenção toda especial, assim como a arte que ele produz: aquela que mexe, movimenta, faz brincar, apita e até sai fumaça. A arte que intriga e até pode assustar.
Com madeira, plástico e materiais sempre reaproveitados, o que o Mestre João do Carmo faz também são brinquedos lúdicos. Trens, carrinhos, caminhões e bonecos que acumulam funções variadas: circulam, rodopiam, apertam e abraçam as mãos do público e são todos feitos e moldados com as ferramentas feitas pelo mestre. Tem até um aspirador de pó que ele inventou para não deixar que a poeira cubra suas peças entre um intervalo e outro da produção.
“Ele gostaria muito de estar aqui! Cada vez mais ele tem dificuldade em sair, mas não podemos deixar que ele pare de produzir”.
Na edição passada da Bienal Naïfs, em 2016, o artista teve duas obras selecionadas: Caveira pedalando em círculo com carona e Tocando e Cantando no Além.